quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Ele estava no banho. A água quente descia seu corpo. Os cabelos brancos de espuma do shampo. Mexeu um pouco na torneira para controlar a temperatura da água. Fez uma concha com as mãos e jogou o ácumulo de água no rosto. Esfregou a cara e enquanto sua mão repousava em seu rosto, ele teve a visão de algo quente. Uma bola de fogo grande que parecia estar indo em sua direção. Ele podia jurar que sentiu o prédio balançar e ruir. Tirou a mão do rosto, abriu os olhos e saiu do banheiro correndo. Ao chegar no quarto ela estava na cama deitada com um livro em mãos. Ao vê-lo entrar ela falou:
- O que aconteceu?
Ele então percebeu que estava nu, molhado, com espuma em seus cabelos e que nada tinha acontecido.
- Nada. - ele disse - só achei que tinha alguém batendo na porta.
- E você ia atender a porta assim? Com esse troço que tu tem entre as pernas descoberto? Sem falar no cabelo ensaboado.
- Foi só um susto. Vou voltar para o banho.
- Hahahaha as vezes você me surpreende sabia? Trate de se lavar bem.
Ele virou as costas e começou a entrar no banheiro. Apoiou uma mão na parede, virou a cabeça e disse.
- Eu te amo.
Ela, que já tinha voltado a sua leitura, tirou os olhos do livro, pousou seus olhos nele e falou com voz suave
- Eu também te amo.
O resto do banho correu tranquilamente. Mas ele não conseguia esquecer aquela bola de fogo. E a visão dela aniquilando com tudo em seu caminho fez teu corpo estremecer. Mas porque ele temia perder ELA. Fora esse medo que fez com que ele corresse para o quarto para ver se estava tudo bem com ela. Ele não conseguia aguentar a ideia de não tê-la junto de si. E o novo pensamento de que a bola de fogo a aniquilaria fê-lo estremecer todo embaixo do chuveiro e ele achou melhor afastar essa ideia da cabeça. Então ele saiu do banho e voltou para o quarto, pos uma cueca e uma blusa larga. Deitou na cama com ela. Eles se beijaram e fizeram sexo. Por mim adormeceram os dois juntos. Ela com a cabeça e uma mão no peito dele. Ele com os dois braços em torno dela. As pernas entreçadas.
Nesse momento uma bola de fogo cruzava a atmosfera terrestre e se aproximava da sua superfície. Seu comprimento era grande demais para que a atmosfera terrestre conseguisse reduzi-la até um tamanho que não causasse perigo. O meteoro de proporções gigantescas iria causar um impacto grande o suficiente para mudar o eixo da terra de lugar e acabar com toda a vida na terra em menos de segundos. 
No instante do impacto, ele a abraçou mais forte.

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Interlúdio, príncipio, encerramento

Tudo começou com uma garrafa de whisky. Tudo sempre começava com a bebida. E então vinham os cigarros, as vezes, quando ele tinha um dinheiro sobrando, charutos. Tudo começava aí. Ele então se sentava em frente ao notebook, abria o word e escrevia. As vezes ele escrevia algo bom, mas na maioria das vezes era só lixo. E isso o fazia beber mais. Mais, mais, mais e mais. A bebida as vezes errava a boca e molhava a roupa e o notebook. Ele limpava a boca e o computador com a camisa. Suas camisas e calças eram todas manchadas de fuligem de cigarro e de alguma bebida. O telefone nunca tocava, o celular nunca tocava, a campainha nunca tocava, a porta nunca era batida. E ele escrevia. Depois de algumas horas ele já bêbado não conseguia digitar um período corretamente. Mas ele não se importava, ele salvava e usava o corretor quando estivesse sóbrio. O que importava era ele bombardear as teclas com seus grandes dedos. Ele dava um grande gole, aspirava a fumaça. A fumaça misturava no álcool e ele engolia aquilo tudo. E continuava a escrever. Horas, horas, horas e horas. Ele nunca parava por vontade própria. Sempre era derrubado pela bebida.
Mas antes dele ser derrubado pela bebida. Antes de ficar horas, horas, horas e horas escrevendo. De engolir fumaça misturada com álcool. De bombardear o teclado com seus grandes dedos. De começar a digitar errado. Antes da porta não ser batida, a campainha não ser tocada, o celular não tocar, o telefone não tocar. Antes de suas camisas e calças serem manchadas por cigarro e bebida. Antes de limpar a bebida que errou a boca. Antes de beber mais, mais, mais e mais por na maioria das vezes só escrever lixo. De abrir o word. De se sentar na frente do notebook. Antes do cigarro. Antes de tudo começar com a bebida. Antes disso tudo, situado no pretérito-mais-que-perfeito, tinha alguém. Alguém que despedaçara seu coração. Que o largara na merda. Que o abandonara sem dizer adeus, sem um telefonema, sem um beijo de despedida, sem um último abraço.
Se hoje tudo começou com a bebida e depois veio cigarro, o sentar a frente do notebook, o abrir o word, a bebida errando a boca, as camisas e calças manchadas. É porque ele espera que o telefone toque, que o celular toque, que a campainha toque, que a porta seja batida. E que do outro lado do telefone, do celular, da campainha e da porta, seja ela. Ela que despedaçara seu coração, o largara na merda, o abandonara sem adeus, telefonema, beijo ou abraço. Ele espera que seja ela voltando para o adeus, o telefonema, o beijo e o abraço.

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Esqueça essa raiva. 
Deite em meu peito e chore.
Chore por raiva, por amor, saudade, alegria ou tristeza. 
Chore pelo beijo não dado, o eu te amo não dito, o presente esquecido. 
Manche minha casa com tuas lágrimas. 
Molhe minha pele com essa água salgada que brota de teus olhos. 
E então deixe eu te beijar. 
Um beijo para unir novamente nossos corações. 
Um beijo que diz "eu te amo" mais que a sentença em sí. 
Me beije por raiva, por amor, saudade, alegria ou tristeza. 
Me beije pelo beijo não dado, o eu te amo não dito, o presente esquecido. 
Um beijo num abraço apertado, 
não o suficiente para machucar mas forte o bastante para não soltar. 
Um beijo com gosto de perdão, de amor, de vida, de choro. 
Um choro de raiva, de amor, saudade, alegria ou tristeza.

sábado, 28 de julho de 2012

Ele podia sentir o peso do corpo dela sobre o seu. Ele podia sentir o cheiro dela permeando a casa inteira. Ele conseguia ouvir a voz dela ecoando por todos os cômodos. Ele conseguia sentir o gosto do beijo dela. E conseguia vê-la ali no quarto com ele. Mas seus sentidos o traíram.
Ela não estava lá.
Ela tinha ido e o largado deitado no chão frio do quarto. Ao contrário do que seus sentidos diziam, ele estava sozinho. Tudo o que restava era a lembrança, a memória, a saudade.

terça-feira, 3 de julho de 2012

Amor,
Amar,
Amar-me,
Amar-te,
Amar-nos.
Tal como um relógio é tic-tac
e não tac-tic,
esta é a ordem.
Primeiro o substantivo
depois o verbo
e na ordem dos pronomes
primeiro a si mesmo
depois o outro
e só então a ambos.

sábado, 21 de abril de 2012

O sol invadiu repentinamente a brecha que a perciana proporcionava e então Hank acordou. Abriu lentamente os olhos para acostuma-los com a claridade. Levantou-se e foi para o banheiro aliviar a tensão que estava contida em sua cueca. Ao voltar para o quarto deu de conta com uma mulher dormindo em sua cama. Provavelmente eles transaram durante a noite, mas Hank não conseguia conjecturar como a conhecera e nem porque permitira que dormisse ali. Buscou um maço de cigarros, acendeu, encostou na parede e ficou a observar aquele espécime feminino que estava alojado em sua cama. Ela era das grandes, devia pesar mais do que ele uns 20 quilos. Seus cabelos eram pintados de uma cor tosca. Suas pernas eram cheias de estrias. Seus peitos apesar de grandes não ofereciam atrativo nenhum. Hank então amaldiçoou o porre que permitiu com que ele transasse com a Ness (não lembrava o nome dela e não conseguiu pensar em nenhum adjetivo que a caracterizasse melhor). Ele agora enfrentava o dilema de tira-la de sua casa já que tinha feito a cagada de coloca-la pra dentro. Foi até a cozinha, encheu um copo com cerveja, voltou para o quarto bebeu a cerveja de um gole e tacou o copo na parede. Ness acordou assustada e ficou olhando para Hank com aquela baba escorrendo pelo canto de sua boca. Hank então mandou-a cair fora da sua casa imediatamente. Ela ficou parada estonteada. Hank então puxou-a da cama e a arrastou para fora de seu apartamento. Entrou e trancou a porta. Foi até a geladeira e abriu uma garrafa de cerveja, voltou para o quarto e deitou em sua cama. Bebeu a cerveja de um gole e esperou que isso o ajudasse a dormir novamente. Quando estava com os olhos fechados e no limiar do sono foi que Hank percebeu batidas na porta e uma gritaria vindo de fora do seu apartamento. Abriu os olhos e viu uma série de roupas femininas tamanho GG jogadas no chão. Abriu um leve sorriso e se desligou do mundo.

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

- Você é muito feio sabia disso?
Ela me disse enquanto eu pedia ao garçom mais um copo de whiskey.
- Não seja tão duro comigo querida, eu nasci com um pequeno problema.
- Qual problema?
- Nasci com lábio leporino.
- E o que isso significa?
Percebi naquele instante que ela era burra como uma porta, mas já tinha cometido o erro de escolher a garota errada então agora teria que ir até o final com ela, precisava honrar meus culhões.
- Significa que quando nasci meu lábio, céu da boca e gengiva eram abertos.
- Que nojo. E o que aconteceu com você?
Eram em horas assim que eu minha arrependia de ser ateu e não poder apelar para nenhuma divindade por piedade aquela alma. Virei meu whiskey de uma vez e continuei a história.
- Aconteceu que eu precisei fazer algumas cirurgias ao longo da minha vida para tentar consertar esse problema.
- Que vida horrível você deve ter levado, aposto que você tinha que pagar putas para conseguir sexo.
Será que ela conseguiria me vencer? Não, ela não podia, eu tinha que leva-la pra casa e dar uma lição nela.
- Algumas vezes sim, outras eu dei sorte.
- Escuta, você pode ser feio mas eu até que gostei de você, porque não compramos umas bebidas e vamos para outro lugar?
Estava feito, depois de muito esforço a foda estava garantida, agora eu só precisava finaliza-la. E precisaria ser uma boa duma finalização para compensar o tanto que eu me rebaixei.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Talvez eu deva ser louco, pensei enquanto acendia um cigarro. Talvez eu deva ser jogado num manicômio com outros doentes mentais, pensei  enquanto olhava pela janela e assistia a um mendigo abrindo uma lata de lixo a procura de comida. Talvez eu deva ser colocado numa camisa de força e trancado num quarto acolchoado, pensei enquanto assistia a outro mendigo começar uma briga com o primeiro por causa de uma costela de porco que estava no lixo. Talvez eu deva parar de me preocupar com minha loucura e me servir de uma cerveja, pensei enquanto assistia ao outro mendigo enfiar uma faca na barriga do outro, pegar o osso e sair tranquilamente.

terça-feira, 20 de dezembro de 2011


Ele acordou pela manhã e olhou em volta. Estava em um quarto totalmente branco. Foi então que ele percebeu que não tinha cama, nem qualquer móvel. Mas lembrava-se de ter ido para seu quarto na noite passada e ter deitado em sua cama.
Começou a andar e concluiu que o quarto não tinha fim. Ou se tinha estava em algum ponto muito distante, que ele não tinha a menor vontade de conhecer.  Então ocorreu a ideia de que podia estar dormindo e que aquilo era um sonho proveniente do porre da noite passada.
Beliscou-se.
Dor.
Não era sonho.
Como diabos foi parar naquele lugar? Seria aquele um lugar para onde Deus mandava as almas quando estas o desagradavam? Não. Não acreditava em Deus, então essa opção estava excluída. Lembrou-se então quando era criança e acreditava em Deus e rezava todas as noites antes de dormir. Mas o tempo passara e Deus se mostrava cada vez mais ausente, sua vida tinha sido uma merda desde a sua formação no útero de sua mãe.
Mãe. Pai. Duas pessoas que ele não compreendia a relação. Nunca soube distinguir se eles eram bons ou ruins. Havia 10 anos que eles não sabiam do filho e ele não fazia questão de avisar como estava. O pai provavelmente diria que ele estava errado antes mesmo de saber o que o filho conquistara. E a mãe se postaria do lado do pai. E ele nem sabia ao certo se amava seus pais.
Amor.
Não conseguia se lembrar a ultima vez que amara alguém. Que transara sentindo amor. Ou que tenha dito um eu te amo sincero e não para suprir suas necessidades sexuais. Da mesma forma que ele acreditara em Deus ele acreditou no amor. Agora, não acreditava em ambos. A verdade era que desde cedo ele construíra um muro ao redor de seus sentimentos. E cada tijolo fora colocado e cimentado por desilusões, inseguranças, fobias.
Como ele adoraria uma cerveja e um cigarro. Foi então que ele ouviu uma música. Sim, era música. Ele não estava sozinho ali a final. Caminhou seguindo a canção e viu um sofá branco. Junto ao sofá uma mesinha com um aparelho de som, cigarros e cerveja. Tudo branco. Sentou no sofá pôs a cerveja num copo (branco) e experimentou. Era a melhor cerveja que já havia provado e quando ele olhou a garrafa ela estava totalmente cheia. Como se ele não tivesse bebido. Abriu a carteira de cigarros e só havia um. Era melhor do que nada. Procurou um isqueiro e o encontrou atrás do som que ele descobriu que não tinha fio e era estranhamente muito agradável a vista.
Acendeu o cigarro.
Baforada.
E então uma fumaça espessa e branca.
E como se nada tivesse ocorrido o cigarro continuava inteiro. Era maravilhoso aquilo. Era o que ele sempre buscara. Seu muro finalmente se tornará tão alto que ele conseguira se isolar completamente. Dentro do seu muro o mundo era perfeito. Estava longe dos seus fantasmas do passado. Longe de toda aquela merda humana. Longe dos vermes que tentaram destruí-lo.
Podia ser quem quisesse agora. Nada de máscaras. A máscara de quem ama os pais. De quem acredita em Deus. De quem ama verdadeiramente alguém. O baile de máscaras estava encerrado. Lembrou-se de uma passagem de um livro que dizia algo mais ou menos como “o relógio badalava meia-noite e uma voz gritou ‘Tirem as máscaras’”.
Recostou-se no sofá.
Pôs os pés na mesa.
Sorriu.
E então reparou que estava com as roupas que vestira na noite antecedente. Era bom ver um pouco de cor. Tentou pensar no que fazer agora que estava trancafiado. Decidiu mexer no rádio.
“Of course Momma's gonna help build the wall”
“Can't tell if this is true or dream”
Desligou o rádio.
Sentia-se estranho. Não estava tão feliz quanto devia estar. Na verdade, nem feliz estava. Não entendia aquilo. Finalmente conseguira se isolar de todos e mesmo assim não conseguia ser feliz.
Foi então que ele percebeu que ele semmpre vivera isolado. Nascera fechado dentro de sua casca como um caracol ou uma tartaruga. Nunca deixara ninguem se aproximar. Nunca percebera que ele mesmo afastara as pessoas. Essa solidão em que estava não era diferente da solidão que vivera sua vida inteira.
Recusava a acreditar que ele era a propria razão de sua infelicidade. Ele não podia ser o culpado de nada. Tentou lembrar de algum momento em que fora feliz. Não conseguiu. Colocou mais cerveja no copo. Seu rosto estampava decepção. Não era Deus quem tinha desistido dele, não eram seus pais que o haviam abandonado, não foram seus amores que não o amaram. Ele que havia desisto, abandonado e não amado. Era por isso que se drogava tanto. Para esquecer o ser infeliz que era.
Abraçou a si mesmo desperado enquanto olhava o copo de cerveja. Começou a balançar-se e a chorar. Sem piscar e sem desviar o olho da cerveja. Ficou nesse transe durante bastante tempo (Mas o que era o tempo num lugar daquele? O tempo poderia passar infinitamente mais rápido ou infinitamente mais devagar que não seria notado). Então ele pegou o copo e tacou o mais longe que conseguiu e correu. Não sabia porque o fazia. Achava que conseguiria fugir de tudo.
Correu.
Correu.
Correu.
Bateu.
(Oh, então tinha um fim)
Levantou-se e olhou em volta. Estava novamente em seu quarto. Passou a mão pelos cabelos. Abriu um sorriso. Gritou. Jogou-se na cama, gargalhando de alegria. Estava livre. Era a hora de colocar as máscaras de volta. De se entregar aos vícios. De voltar ao seu isolamento.

O Flautista


E o vento trouxe um som doce até os campos onde uma bela dama trabalhava. Ela parou para ouvir. Era um som doce que combinado com o vento resultavam na mais perfeita harmonia. E ela rodopiava pelos campos, como que hipnotizada pela música, e seu vestido a acompanhava com círculos perfeitos,. Ela não queria que a música acabasse. Era a música mais perfeita que já ouvira. Precisava descobrir a fonte de tão misteriosa e harmoniosa melodia. Caminhou até a beira da floresta. Fechou os olhos e escutou a música chamando-a, mas ela não podia acompanhá-la até a floresta. E então a música pegou sua alma pela mão e a levou para dentro da floresta. Ela não tinha mais medo agora. A cada passo que dava a melodia se tornava mais doce e tudo ao seu redor ia sumindo. Ela tinha tanta confiança na música que fechou os olhos e caminhou guiada pelo espírito. Quando a razão começou a querer dominar a emoção e dizer que ela já tinha ido longe demais, ela alcançou uma clareira. No centro dessa clareira havia uma flautista. Ela sentou-se numa pedra para se deliciar com a música. O flautista não tinha notado sua presença (ou não quis notar) e ele rodopiava, saltava, se contorcia, amava sua música. A música enchia toda a floresta com luz, esperança, alegria. A moça não conseguia acreditar que um ser humano pudesse tocar algo tão profundo e doce. Cada parte do seu corpo estava paralisada. Ela não se atrevia a mexer para não provocar ruído nenhum que pudesse destruir algo tão belo. Até a sua respiração ela decidiu parar por uns tempos. E então o flautista parou. E a escuridão tornou a dominar a floresta. A paz de espírito já não reinava mais na dama. E o medo passou a dominá-la novamente. O flautista então foi embora e ela ficou na escuridão da floresta.